Eu acompanhei a crise econômica mundial dos últimos meses de duas formas: de forma séria - como um evento histórico importante que merece atenção - e de forma debochada - como uma espécie de vingança, sabe aquela do prato frio? Pois é, não posso me alienar de um fato tão importante da minha época, mas ao mesmo tempo adoro ver o centro do capitalismo ameaçado.
Enquanto escrevo, dois fóruns mundiais, o de Darvos (na Suíça) e o Social (em Belém do Pará) discutem a crise, também sob ângulos opostos. Para os representantes do neo-liberalismo reunidos em Darvos, alguns fantasmas marxistas podem se tornar realidade – estatização, por exemplo. E para os esquerdistas em Belém talvez uma ou outra estratégia suja e velha conhecida do mercado possa ajudá-los a atingir alguns objetivos
Não vim aqui falar de economia, mas essa crise fez muita gente mudar de opinião. Isso é ótimo. Apesar de ver com bons olhos esta mudança, me vi afetado por algo fútil que fez parte de meus hábitos ano passado. Aproveitei a baixa do dólar e importei alguns LPs. Alguns deles divulgados aqui. Com a crise, as verdinhas ficaram caras e a importação se tornou inviável. Por volta de 50% de aumento. Se eu recebi na porta de casa um vinil novinho da Amy Winehouse por 32 patacas, agora me custaria cincoenta.
O primeiro LP que eu deixei de comprar por causa da crise foi esse aí da foto. O álbum “Goo” do Sonic Youth é de
Eu devo ter conhecido este disco por volta de 1994, junto com o sucesso de “100%” de outro álbum deles chamado “Dirty” (de 1992), o mais pop e palatável do Sonic Youth. Tanto que as rádios tocaram muito e, “Sugar Kane”, do mesmo álbum, também tocou até enjoar. Assim, parti para conhecer os álbuns anteriores e cheguei no “Goo”. Já, já, eu conto porque fiquei com tanta vontade de comprá-lo.
O que preciso dizer antes é que me parece que Sonic Youth sempre foi mais escutado e preferido entre as mulheres. Fiz até uma pesquisa de campo. Os homens sempre acham que aquela barulheira é puro charme e que qualquer um pega uma guitarra e sai fazendo microfonia. Eu sempre os associei à Velvet Underground e a cena “no wave” novaiorquina. Coisa que “qualquer um” não faria com facilidade, talvez nem
Eu comprei o álbum “Goo”
Procurei pela internet em casa, namorei a caixa que se chama “Goo – Deluxe Edition – Box Set 4 vynil” e os efeitos da crise já foram explicitados no começo deste texto. É uma caixa com sobras de estúdio, versões demo, gravações ao vivo, experimentações, improvisos e, claro, o álbum inteiro original.
O clipe que deixo aqui pega leve nas distorções, é um tanto pop, mas eu gosto muito. Tem a participação de "Chuck D" da banda de hip-hop "Public Enemy", o que torna a música com uma proposta um tanto moderna para a época. Chama-se "Kool thing". Aproveite!
3 comentários:
Oie
Bem, não vou discutir a crise financeira, não tenho embasamento e nem paciencia para isso.
Sobre o Sonic Youth, não preciso nem falar q gosto de algumas musicas, né?!
Sugar Kane e 100% estão entre as minhas preferidas.
As poucas q conheço com um pouco mais de microfonias me confundem demais e acabo não curtindo muito.
Não vou ver agora o video pq estou no meio de um solo de baixo (q esta me impressionando por ser tão bom) mas volto p/ o ve-lo e comentar.
Bjo bjo
puts cara, infelizmente não vai dar para ir no bote do jesuas neste sabado, já tenho compromisso, mas mesmo assim obrigado pelo convite e boa festa para você, abs;
Para mim as bolsas podiam explodir, as ações caírem, eu ia dar muitas gargalhadas, mesmo sem saber direito o que iria acontecer depois disso, mas acho que tudo seria mais justo, igual...
Suas indicações são sempre palatáveis, não conhecia essa banda, vi o clipe e gostei bastante, vou buscar escutar mais coisas.
Cara, li o livro do Daniel Pellizzari, Ovelhas que voam se perdem no céu, é fodido de bom. A cada estória uma pedrada na testa.
Abraço.
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