O texto anterior ficou muito grande e não fiz outras e necessárias considerações sobre a primeira semana de fevereiro. Entrarão como pós-considerações (que se foda o novo acordo ortográfico).
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Considerações pós-considerações
O texto anterior ficou muito grande e não fiz outras e necessárias considerações sobre a primeira semana de fevereiro. Entrarão como pós-considerações (que se foda o novo acordo ortográfico).
Segunda e terça (02 e 03/02): fiquei atrás do técnico que venderia a pick-up e o mixer usados. Ele tem uma loja empoeirada e amontoada de tralhas. Liquidificadores antigos misturados com TVs de
Repeti muito aqui no texto o “imbroglio” que foi adquirir essa aparelhagem, porque realmente me afetou o humor. E, no fim, deu tudo certo. Tanto que o negócio foi fechado no dia do aniversário. Sem contar que consegui fugir dos cumprimentos fingidos dos colegas de trabalho, já que não fui trabalhar. Descobri também, através do blog do Malta que o vocalista dos “Cramps”, Lux Interior, morreu um dia antes. A banda é uma das minhas preferidas, junto com Jon Spencer Blues Explosion, Queens of Stone Age, Dirtbombs, Mudhoney. É uma banda que, mesmo depois de 30 anos continua underground. Outro dia falo deles. Mas fiquei triste de ver gente da Monstro Discos tentar trazê-los e não conseguir.
Ainda fui no largo do Belém buscar uma agulha para a pick-up numa loja que não fecha nem no natal, mas não achei. Na volta encontrei o Clayton, e cidadão do bairro que toca em 350 bandas ao mesmo tempo. Estava de mala e cuia indo pro Rio tocar com o "Cidadão Instigado para abrir o show da banda “Little Joy”, mistura de "Los Hermanos "(Rodrigo Amarante) e "Strokes" (Fabrizio Moretti). “Então sábado você está de volta para a festa do vinil?”, perguntei . Ele respondeu que estaria de volta no sábado, mas para tocar com o "Astronauta Pingüim" no SESC Pompéia: 351ª banda. Nem cerveja tomamos. Na quinta e no sábado.
Na festa, só bebi água. Um pouco de cerveja. Quis me aperfeiçoar na habilidade de escolher músicas. E se tivesse muito álcool na cabeça, faria tudo errado. Sem contar que precisava encarar o Belfiore de madrugada e assistir os Butchers.
Ganhei alguns presentinhos, afinal era uma festa de aniversário. O Malta me deu um livro legal, gostoso de ler e de um assunto pertinente: “Criaturas flamejantes” de Nick Tosches. O livro fala do nascimento do rock sob ângulos inusitados. Ele disserta sobre a palavra “rock´n´roll”, sobre o ambiente do parto, sobre quem falava e cantava o ritmo do demônio. Uma delícia. Belo presente. Ganhei outras cosas com muito carinho também. Mas o presewnte involuntário de maior peso foi o show dos Thee Butchers Orchestra. Porra...os caras não se reuniam há dois anos e fizeram a apresentação na mesma semana das minhas comemorações. Adorei!
Pensa bem...cerveja Guinness, comida Tex-Mex, ambiente conhecido e manjado com o show dos garageiros. Eu ia ate falar mal da discotecagem que não tinha nada a ver com o show e da freqüência que ficou meio chata – talvez por causa da pouca idade - mas seria posar de mal agradecido com um presentinho tão interessante.
Engraçado foi ver um câmera atrás de takes do Adriano Butcher, que hoje faz parte do Cansei de Ser Sexy, CSS. O cara não desgrudava. Sabe aqueles desenhos que o personagem olhava e transformava o que via em comida? O Pica Pau olhava uma galinha e logo sonhava com um ensopado. Pois é: o câmera olha pro Adriano e só vê cifrão.
Outro domingo para lagartixar.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
Considerações domingueiras (01/02 a 07/02)
1 - A cópia
Copiando descaradamente um blog que leio sempre, o “Taisando”, vou falar um pouco sobre a semana passada em forma de notas. Ou considerações, como diz o título. Até isso copiei de lá. Pode ser também que eu copie a idéia de transferir este blogue pro “wordpress”. Não aguento mais ver textos com fontes de estilos e tamanhos diferentes por causa de erros de HTML. Não gosto de programação: o blog tem que fazer isso por mim. Pelo amor de Deus!
2 - Semana agitada
Semana passada foi agitada. No domingo, dia primeiro de fevereiro, descobri que a semana teria dois shows que eu não podia perder. Aliás, teria mais de dois shows que eu queria muito ver, mas dois eram imperdíveis pra mim:
O show da terça

1 - Rockers Control no SESC Pompéia: a banda já tem dez anos e lançou no evento “Prata da Casa” o seu primeiro CD, o “Jacuípe Sessions” gravado na Barra do Jacuípe, litoral norte de Salvador. Segundo o site da Traquitana - selo dos Rockers Control – entre “um momento de inspiração, uma pausa para o almoço, um mergulho no mar e outro na música, mais de 60 faixas foram gravadas em longas e diárias sessões de improviso”. Showzaço! É uma banda de dub que conheci tocando no “Susi in Dub”, uma festa que acontecia às sextas no clube “Susi in transe”. Era um clube que funcionava na boca do lixo, na Rua Aurora, e que tocava música eletrônica moderna, de ponta mesmo, mas era um porão escuro, pequeno, inferninho, sabe? Nunca fui quando tocava música eletrônica, mas sei que vários DJs brasileiros que hoje são sucesso lá fora, tocaram ali. Desde a quinta à noite até a segunda de manhã ele não fechava. Começava com uma festa normal à meia noite na quinta, emendava com um after hours de manhã e fechava o dia com um chill out. Aí na sexta, a pausa pro dub. No sábado tudo de novo até chegar na segunda de manhã. A festa de dub hoje acontece no clube Hole e se chama Java. Dentro da programação sempre tinha – e ainda tem - algum DJ convidado ou um MC pra cantar em cima das batidas, mas na noite que conheci a festa, os Rockers Control eram os convidados. Diversão garantida. Sorriso no rosto, todo mundo suando, cozinha de baixo e bateria arregaçando no suingue jamaicano e a fumaça sobrevoando o ambiente. E não foi diferente na chopperia do SESC Pompéia: terça feira quente e a banda estava igualzinha, com o mesmo pique e com os mesmos sorrisos, o público dançando e cheio de fumaça.
O show do sábado

2 – Thee Butchers Orchestra no CB (Clube Belfiore): banda de punk blues que conheci num festival de música independente no Tendal da Lapa, por volta de
3 - A festa

Semana passada não foi só agitada por causa dos shows. Fiz aniversário na quinta feira. E quer dia melhor pra bundar por aí do que no dia de aniversário? Aproveitei para compensar meu banco de horas e não fui trabalhar. Fiz compras. Adquiri um mixer e mais uma pick-up para tocar meus vinis na festa.
Contar com técnicos de eletrônica que mexem com aparelhagens antigas é um aprendizado e tanto. Me tornaria um monge zen-budista se ficasse um mês atrás destas figuras empoeiradas e sem desodorante. Paciência e bom humor são fundamentais na negociação. Não criar expectativas também é requisito básico.
Sem incomodar quem lê este texto, o resumo é que fiquei até sábado de manhã (07/02, dia da festa) sem a aparelhagem completa. Os técnicos prometeram e prometeram e prometeram por dez dias seguidos o famoso “amanhã tá na mão!”. Mas deu tudo certo: às 13:00 hs do sábado arrumei o equipamento e a festa começou às quinze horas.
A festa foi outro motivo de agitação na semana. Boteco cheio, comidinhas típicas de balcão, amigos e amigas chegando no sábado ensolarado (que depois virou chuva muito forte) e eu tomando água a festa inteira para poder discotecar com a aparelhagem nova (vintage, usada, mas nova para mim) e poder ir ao showsdos Thee Butchers Orchestra no CB que rolaria na madrugada.
A festa pegou fogo quando começou a chover. O bar estava lotado na calçada e a chuva trouxe todos para dentro. Parece que os ânimos pegaram fogo nesta hora. Tinha gente que equilibrava cerveja (garrafas e copos) na cabeça, que puxava a água com rodo, que dançava com bastante vontade, que se abraçava, que fazia excursões para fumar um baseado e eu, que musiquei com bastante força para acompanhar o espírito zombeteiro. Era tudo o que eu queria: diversão garantida.
4 - A pior
E contrariando a famosa frase “last, but not least” deixo por último a pior consideração. Uma vaia para o meu trabalho. Me deixou tenso, irritado, cansado e sem ânimo para escrever nesta semana passada. Chego cedo, saio tarde e não vejo nenhuma vantagem de trabalhar tanto a não ser mendigar espaço no capitalismo idiota. Gosto de trabalhar, detesto sair fora da medida. Ainda não sei que lição tirar disso. Logo descansarei em férias
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
O LP que não comprei

Eu acompanhei a crise econômica mundial dos últimos meses de duas formas: de forma séria - como um evento histórico importante que merece atenção - e de forma debochada - como uma espécie de vingança, sabe aquela do prato frio? Pois é, não posso me alienar de um fato tão importante da minha época, mas ao mesmo tempo adoro ver o centro do capitalismo ameaçado.
Enquanto escrevo, dois fóruns mundiais, o de Darvos (na Suíça) e o Social (em Belém do Pará) discutem a crise, também sob ângulos opostos. Para os representantes do neo-liberalismo reunidos em Darvos, alguns fantasmas marxistas podem se tornar realidade – estatização, por exemplo. E para os esquerdistas em Belém talvez uma ou outra estratégia suja e velha conhecida do mercado possa ajudá-los a atingir alguns objetivos
Não vim aqui falar de economia, mas essa crise fez muita gente mudar de opinião. Isso é ótimo. Apesar de ver com bons olhos esta mudança, me vi afetado por algo fútil que fez parte de meus hábitos ano passado. Aproveitei a baixa do dólar e importei alguns LPs. Alguns deles divulgados aqui. Com a crise, as verdinhas ficaram caras e a importação se tornou inviável. Por volta de 50% de aumento. Se eu recebi na porta de casa um vinil novinho da Amy Winehouse por 32 patacas, agora me custaria cincoenta.
O primeiro LP que eu deixei de comprar por causa da crise foi esse aí da foto. O álbum “Goo” do Sonic Youth é de
Eu devo ter conhecido este disco por volta de 1994, junto com o sucesso de “100%” de outro álbum deles chamado “Dirty” (de 1992), o mais pop e palatável do Sonic Youth. Tanto que as rádios tocaram muito e, “Sugar Kane”, do mesmo álbum, também tocou até enjoar. Assim, parti para conhecer os álbuns anteriores e cheguei no “Goo”. Já, já, eu conto porque fiquei com tanta vontade de comprá-lo.
O que preciso dizer antes é que me parece que Sonic Youth sempre foi mais escutado e preferido entre as mulheres. Fiz até uma pesquisa de campo. Os homens sempre acham que aquela barulheira é puro charme e que qualquer um pega uma guitarra e sai fazendo microfonia. Eu sempre os associei à Velvet Underground e a cena “no wave” novaiorquina. Coisa que “qualquer um” não faria com facilidade, talvez nem
Eu comprei o álbum “Goo”
Procurei pela internet em casa, namorei a caixa que se chama “Goo – Deluxe Edition – Box Set 4 vynil” e os efeitos da crise já foram explicitados no começo deste texto. É uma caixa com sobras de estúdio, versões demo, gravações ao vivo, experimentações, improvisos e, claro, o álbum inteiro original.
O clipe que deixo aqui pega leve nas distorções, é um tanto pop, mas eu gosto muito. Tem a participação de "Chuck D" da banda de hip-hop "Public Enemy", o que torna a música com uma proposta um tanto moderna para a época. Chama-se "Kool thing". Aproveite!